A criança e a fala: como ajudar e os principais erros cometidos pelos pais no início da comunicação
- Giselle Aguiar Pires
- 9 de mai. de 2022
- 2 min de leitura
Algumas crianças falam aos 11 meses, outras após os 2 anos. O que há por trás destas diferenças e quais as recomendações dos especialistas para os pais nesta fase?

Muitos acham bonitinho o jeito como as crianças começam a falar, imitando os sons e até mesmo as trocas de letras e sons ao falar com os pequenos. Outros já acham importante corrigir desde cedo. Há, ainda, os que apenas riem de todas estas situações. Mas afinal, o que fazer neste início da comunicação verbal das crianças?
Especialistas em fonoaudiologia e pedagogia afirmam que todas estas situações acima devem ser evitadas e podem, inclusive, dificultar o processo, tirando a confiança da criança em tentar falar.
A comunicação verbal é mais uma das fases em que não se deve fazer comparações, pois há muita diferença entre o desenvolvimento das crianças. Estas diferenças estão relacionadas, especialmente, a características individuais e estímulos oferecidos desde o nascimento. Assim como sentar, andar, o nascimento dos dentes ou o desfralde, é preciso respeitar o tempo de cada criança, mas sempre atentos ao desenvolvimento. Em caso de dúvidas, o melhor é conversar com o pediatra para verificar se há algo fora do esperado.
Sinais de alerta
Algumas metas já são esperadas em determinados momentos da vida da criança. Caso isso não aconteça, provavelmente o pediatra indicará a avaliação de outros especialistas, que verificarão se há questões impedindo o desenvolvimento da fala. Confira algumas delas:
6 meses: início das vocalizações, balbucios e sorrisos para os familiares
1 ano: produção de sons, compreensão de palavras, passa a dirigir o olhar para quem fala
2 anos: produz cerca de 15 a 20 palavras, passa a combinar dois elementos, entende comandos simples
3 anos: usa frases com mais de duas palavras, entende palavras interrogativas e articula diversos fonemas corretamente
O que ajuda?
Converse, leia, comunique-se com a criança. Não há nada mais importante para o desenvolvimento da comunicação verbal do que o exemplo. Sente-se com a criança em um espaço tranquilo e confortável e leia suas histórias favoritas, sem pressa, sem celular, televisão, nada que desvie a sua atenção ou a da criança. Deixe ela participar, apontar, interagir. Volte a página, pule a página, repita a história quantas vezes ela quiser.
Mais jogos, menos telas
Oferecer um ambiente de qualidade e mostrar à criança que ela é importante e que podemos reservar um pouco do nosso tempo a ela é um ótimo começo. Atividades realizadas com elas ou para elas favorecem o desenvolvimento não apenas da linguagem, mas também do nível emocional.
Reservar estes momentos de qualidade com a criança, com verdade e presença, com mais momentos de lazer, proporcionarão a segurança e a autonomia que ela precisa para arriscar as primeiras palavras e comandos.
O que não fazer
Rir da pronúncia ou corrigir palavras erradas, embora pareçam insignificantes, dificultam o processo de aprendizagem e reduzem a autoconfiança da criança.
É preciso garantir a liberdade de tentar, errar, exercitar, para, aos poucos, aprender e acertar. Não devemos, também, repetir uma pronúncia ou palavra errada. Ao contrário, confirmamos que entendemos, mas sempre verbalizando a forma correta ao nos referir àquela palavra.
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