Luto pós-parto
- Giselle Aguiar Pires
- 5 de ago. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de set. de 2022

A chegada de um bebê nem sempre é feita só de alegrias. Um misto de sentimentos pode acontecer e é mais comum do que se imagina. Nessa mistura de incertezas, inseguranças, hormônios se equilibrando e muitas vezes falta de rede de apoio, pode vir a saudade do tempo em que não havia bebê, nem grandes responsabilidades.
É o chamado luto pós-parto. Esta saudade da vida anterior à chegada do bebê atinge uma em cada cinco mulheres em países em desenvolvimento, como o nosso. O luto pós-parto não tem nada a ver com falta de amor ou de vontade de ter um filho e pode ser confundido com depressão pós-parto.
Uma gravidez não planejada, ainda que desejada, falta de experiência, pressão social, problemas financeiros e a grande romantização da maternidade, vista especialmente nas redes sociais, são alguns dos fatores que podem desencadear os relatos de mães confusas sobre seus sentimentos logo após o nascimento de seus bebês.
Dicas para afastar estes pensamentos e curtir esta fase, mesmo com todas as responsabilidades e dificuldades que certamente estarão presentes:
- Informação é muito importante. Buscar profissionais, bons conteúdos sobre o tema e conversar com outras mães e amigos em quem você confia desde antes do nascimento serão importantes para dar mais segurança à futura mamãe
- Aceite os desafios e assuma seus limites: o perfeccionismo e a falsa sensação de precisar ‘dar conta de tudo’ podem ser um gatilho para sentir saudades do passado. Liste as prioridades para cada dia e deixe em segundo plano aquilo que pode ficar para depois, ou delegue para outras pessoas tudo o que for possível
- Crie uma rede de apoio. Pai, avós, tios, amigos, quem sabe não há alguém querendo participar e aliviar a sua carga de tarefas, mas que não sabe como? Nem sempre as pessoas sabem o que fazer ou qual o momento certo de oferecer ajuda, mas com a correta orientação, a participação de outras pessoas poderá melhorar, inclusive, a convivência familiar
- Esqueça a rotina, o relógio, as regras. Neste primeiro momento, talvez você consiga tirar o pijama no meio da tarde e está tudo bem. Aproveite para descansar quando possível, alimente-se bem e tome bastante água. Não é possível cuidar de ninguém sem antes cuidar de si própria.
- Peça ajuda. Caso haja sensação de humor deprimido, falta de interesse em realizar as atividades relacionadas ao bebê ou as tarefas do dia a dia, e estes sintomas persistam por mais de duas semanas, está na hora de pedir ajuda. Procure um profissional para avaliação. A falta de tratamento pode desencadear questões mais sérias, como a depressão.
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