O poder do abraço
- Giselle Aguiar Pires
- 11 de mar. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de set. de 2022

O abraço é um gesto tão importante e tão estudado que já tem até mesmo um dia dedicado a ele no calendário. No dia 21 de janeiro é comemorado o Dia Mundial do Abraço.
Por trás de um abraço, uma porção de significados, tanto para quem dá, quanto para quem recebe. Estudos científicos comprovam que essa demonstração de afeto favorece a saúde emocional em qualquer faixa etária. Estas teorias ficaram ainda mais evidentes durante a pandemia, quando os abraços foram retirados do dia a dia de muita gente, especialmente os mais idosos, que precisaram ficar isolados do convívio da família e dos amigos.
Para a terapeuta americana Virginia Satir, o ser humano precisa de quatro abraços por dia para sobreviver, oito para se manter e 12 para se desenvolver. A única exigência é que seja espontâneo, cheio de amor. Quanto mais pudermos dar e receber, melhor.
Apego Seguro
Na infância, o abraço tem um significado ainda maior, já que o ser humano nasce indefeso e leva tempo até se desenvolver. Neste período, há uma grande necessidade de sermos cuidados por nossas figuras de apego.
O apego seguro se forma por meio de manifestações ao longo da vida, que se iniciam com um olhar, o toque e o tom de voz dos pais. O abraço, desde muito cedo, é capaz de estimular a produção de endorfina, dopamina e ocitocina, os chamados hormônios do amor. Em momentos de medo ou raiva, o efeito é inverso. O abraço inibe o cortisol e a adrenalina, que são os neurotransmissores que causam sentimentos de estresse e inquietação.
Ou seja, o abraço é mais do que um simples gesto de carinho, pois permite que nos conectemos emocionalmente uns com os outros, acalmando, desestressando e reequilibrando.
É, também, importante para fortalecer laços familiares, compartilhar confidências e estimular o otimismo. Sem que uma única palavra seja dita, o abraço injeta energia e resgata a esperança. Diante de uma criança com medo, triste, insegura, um abraço pode ser tudo o que ela precisa.
O abraço e o cérebro
Será que é possível incentivar a inteligência das crianças por meio de abraços? Segundo a ciência, sim. Estudo publicado em Genetic Psychology Monographs (2000) revela que o contato humano é necessário para que o cérebro se desenvolva adequadamente.
Neste estudo, um grupo de bebês recebeu abraços por 20 minutos extras, por dia, ao longo de 10 semanas. Após este período, a avaliação de desempenho de desenvolvimento deste grupo foi melhor do que a do grupo que não recebeu os abraços extras.
Outro estudo, da Emory University, em Atlanta, nos Estados Unidos, encontrou relação entre contato físico e redução de estresse, principalmente nos primeiros estágios da vida. Ou seja, um abraço pode sim fazer a diferença.
O abraço perfeito
Mas o que é um abraço perfeito? O estudo The influence of duration, arm crossing style, gender, and emotional closeness on hugging behaviour, publicado em Acta Psicologia, concluiu que o que torna um abraço agradável ou não, não é a forma, mas sim o tempo de duração.
Pesquisadores avaliaram alguns pontos em torno desse gesto, como a duração, o estilo ou a maneira de cruzar os braços, e concluíram que os abraços que duram entre cinco e 10 segundos são os mais agradáveis, tanto durante o aperto quanto na sensação que permanece depois, que dura de três a seis minutos.
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