Terrible two, Threenagers, Fournado... até quando?
- Giselle Aguiar Pires
- 22 de jun. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de set. de 2022
Os desafios e expectativas em cada fase da criança e como atravessar essas fases com mais tranquilidade

Basta uma pesquisa rápida na internet e pais e mães começam a entrar em pânico... depois do famoso ‘Terrible two’, aos dois anos, passamos ao ‘Threenagers’, a famosa adolescência aos 3 anos, e não pára por aí.
Existe também o Fournado, ou tornado dos 4 anos, outra surpresa aos 5, aos 6... Há nomes assustadores para cada idade até a pré-adolescência. E agora? Será uma sucessão de fases e birras como num jogo de videogame: quando comemoramos a passagem de uma fase, entramos em outra ainda mais difícil?
Não é bem assim. É preciso lembrar que não apenas as crianças, mas também os adultos têm os seus momentos de impaciência, raiva, vontade de jogar tudo para cima. A diferença é que além de ter mecanismos de autocontrole muito mais bem desenvolvidos que as crianças, os adultos, em geral, sabem a hora e o lugar de deixar fluir o seu descontentamento quando algo não sai como esperado.
Habilidades e expectativas
A cada etapa da vida, a criança se desenvolve e, com ela, adquire novas habilidades. Sua missão é testar cada descoberta, aprender a usar e saber equilibrar tudo isso. Nem sempre eles atenderão às nossas expectativas, ou nem sempre isso acontecerá na hora ou local mais adequado. É preciso paciência, acolhimento, dar tempo para que eles possam compreender, assimilar, testar e se sentir preparados para exercer cada uma das novidades que estão descobrindo.
Não pedimos para um adulto parar de chorar quando está muito triste ou frustrado, não brigamos com um amigo quando ele derruba a bebida na nossa toalha limpinha, nem mandamos nosso vizinho prestar atenção quando deixa cair algo no elevador. Por que fazer isso de maneira ríspida com uma criança que ainda está adquirindo habilidade para tudo isso?
Apego seguro
Acolher, incentivar a tentar novamente, orientar sobre como fazer de maneira segura e oferecer ajuda, caso precise, são formas de deixar a criança segura e confiante, preservar a sua autoestima, auxiliar o seu desenvolvimento e incentivá-la a ultrapassar desafios.
Saber que há alguém em quem ela possa contar, que torce por ela e acredita em seu potencial é o princípio para a criação de um vínculo respeitoso e duradouro.
Dicas para todas as idades
0 a 2 anos
ao invés de deixar o bebê no cercadinho ou preso no carrinho, deixe a casa segura e o bebê livre para explorar
evite os ‘nãos’. Se não oferece risco, deixe explorar, colocar na boca, conhecer. Se oferece risco, tire do alcance ao invés de ‘ensinar’ os muito pequenos a não mexer
antecipe os momentos de exaustão, fome ou outros que deixem a criança irritada e procure estar em casa, tranquila e pronta para acolhê-lo antes disso
> 2 anos
intercale a sua atenção à criança, nem que sejam 10 minutinhos de tempos em tempos, no meio do almoço com uma amiga, durante o seu trabalho em casa ou nos afazeres domésticos. É mais fácil e mais proveitoso do que passar o tempo todo pedindo para não ser interrompida
o famoso ‘na volta a gente compra’ já virou piada, mas não deveria. Se não for comprar, explique que não vai, diga a verdade. Se possível, já avise antes de sair de casa que naquele dia o plano não inclui comprar brinquedos ou doces
na ida a um parque ou playground, a hora de ir embora deve ser combinada com antecedência. À medida que a hora de ir embora se aproxima, é importante avisar antes, ao invés de pegar a criança desprevenida com um: ‘vamos embora agora’
reduza o tempo de telas (televisão, tablet e celular) e amplie o tempo ao ar livre. As telas devem ser evitadas, sobretudo, à noite, próximo ao horário de dormir
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